domingo, 21 de setembro de 2008

Colecção Almada IV

Arlequim I (Ref. 49)













Arlequim II
(Ref. 50)









Arlequim III (Ref. 32)












Pierrot I (Ref. 57)












Pierrot II (Ref.58)












Começar I (Ref.62)












Começar II (Ref.63)

Colecção Almada III

"Um cordão umbilical não se falsifica. Ou há ou não há."
Almada Negreiros

Almada pintou
Maternidade quando nasceu o seu primeiro filho, o Senhor Arquitecto José Almada Negreiros, em 1934.



Maternidade






"Nascer é vir a este mundo não é ainda chegar a ser." Almada Negreiros in "As Quatro Manhãs"


Amor









Rosto feminino












A engomadeira












Azul













O cacho










Embarque












Infinito

Colecção Almada II

"Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável - e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado". Almada Negreiros, In Manifesto Anti-Dantes e por Extenso, 1915

Alfaiataria Cunha I
Alfaiataria Cunha II












Alfaiataria Cunha III

Sem título


Flor I
A Flor
"Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor! Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração, do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!" Almada Negreiros

Flor II

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Colecção Almada I

"As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca acabam".
Almada Negreiros


Foi num solarengo Sábado, a 13 de Setembro, que um grupo de professores da Escola João Afonso de Aveiro e seus acompanhantes trilharam um dos primeiros encontros com a vida e obra de José Sobral de Almada Negreiros. Chegados a Lisboa, iniciou-se o percurso com a visita à Fundação Calouste Gulbenkian, onde a professora Margarida Lemos apresentou a obra "Começar", a última criação do Mestre Almada, de um modo simples, conciso e completo.
Após a visita à exposição de pintura no Cento de Arte Moderna segui-se a apresentação d' "A Cena do Ódio" interpretada pelo Bruno, no anfiteatro ao ar livre, nos jardins da Gulbenkian. Como leiga que sou, considero que tenha sido um momento único e marcante, quer pela força e ira que saía do fundo de um olhar revoltado e indignado, quer pelo amor e respeito com que abraçou a obra do Mestre, quer pela caracterização e pela expressão que, em determinados momentos, num perfil facetado, esboçava ares de Almada.

Finalizámos a visita na Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos onde a carga emocional vivida em despedidas com sabor a um "até nunca", foi por Almada estampada em frescos com um tamanho tão imenso, quanto a saudade que ficava.

Todo o percurso teve um sabor especial, graças ao facto de termos sido presenteados e honrados com a companhia do filho de Almada Negreiros - o Senhor Arquitecto José Almada Negreiros -, e sua nora - a Senhora Dona Maria José Almada Negreiros -, cujos apontamentos e testemunhos naturalmente introduzidos no decorrer da visita, ao sabor do que as memórias e o conhecimento revelavam, permitiram um genuíno aproximar do Homem que foi, é e será Almada. Um bem-haja pela sua presença simpática, simples e autêntica.

A Doutora Bárbara constituiu também uma presença agradável nessa visita. Aluna de pós-doutoramento, de nacionalidade italiana, desenvolveu os seus estudos de doutoramento sobre a obra de Almada Negreiros. A paixão, encanto, admiração e respeito que nutre pelo Mestre Almada e sua obra têm sido a força motriz para executar um trabalho integrador, paciente e sério, tentando sempre beber das fontes mais fidedignas que incansavelmente procura. Parabéns e força para os passos seguintes.

Palavras, Arte, Geometria e Número em Almada Negreiros constituiram então testemunhos ímpares de inigualável valor que nos encheram de orgulho, talvez por Portugal também neles ser. Não quero, contudo, correr o risco de tomar como nossa uma obra que vale por ser livre, por ser Almada.

Foi então neste contexto que surgiu a ideia de criar a
Colecção Almada como forma de lembrar um pouco mais aquele dia. Os brincos foram assim feitos sob inspiração nalgumas obras criadas pelo Mestre Almada. Foi com prazer, entusiasmo e dedicação que fiz cada um. Espero que vos façam sorrir.


Almada Negreiros

Negreiros

"Eu tenho tanta fé na minha estrela, (...) que há-de brilhar ainda quando eu cá não estiver". Almada Negreiros

Almada Negreiros nasceu em S. Tomé e Príncipe a 7 de Abril de 1893. Foi um dos fundadores da revista "Orpheu" (1915), veículo de introdução do modernismo em Portugal, onde conviveu de perto com Fernando Pessoa. Além da literatura e pintura a óleo, Almada desenvolveu composições coreográficas para ballet. Trabalhou em tapeçaria, gravura, pintura mural, caricatura, mosaico, azulejo e vitral. Faleceu a 15 de Junho de 1970 no Hospital de S. Luís dos Franceses, em Lisboa, no mesmo quarto onde morrera seu amigo Fernando Pessoa.

O olho de Almada

Olho I










Olho II













O menino d'olhos de gigante

[...] Pela serra ao luar
ia um menino sozinho

sem sono pra se deitar

Ia o menino a pensar
porque seria ele só
sem sono pra se deitar?

Ia o menino a pensar
que há tanto por pensar

e a cidade a descansar.

Ia o menino a pensar
que se nasce pra pensar
e nunca pra descansar.

[...] Ia o menino a arranjar
muita força pra pensar
e o próprio sonho ganhar!

[...] Veio o gigante de norte
disfarçado com o luar, julgava que eu dormia,
começa a tirar-me os olhos.

Dá-me os meus olhos, gigante,
dá-me os meus olhos, ladrão!
os olhos nunca se tiram
não servem senão ao dono.

[...] Bem sei que eu sou menino
mas esses olhos são meus,
se são olhos de gigante
foram postos 'qui por Deus.
[...]

Almada Negreiros, Outubro 1921

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

sábado, 6 de setembro de 2008